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Envelhecer com dignidade é um direito; lutar por sua garantia é um dever coletivo.

Publicado em 15 junho de 2025 às 15:53

Envelhecer com dignidade é um direito; lutar por sua garantia é um dever coletivo.

O Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, lembrado em 15 de junho, é um convite à reflexão sobre os desafios enfrentados pelas pessoas que envelhecem no Brasil, especialmente quando expostas a contextos de violência e exclusão.

A data foi instituída em 2006 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa (INPES). Para além da denúncia das agressões visíveis, a ocasião propõe um olhar mais atento às sutilezas do desrespeito, da invisibilização e da negação de direitos.

Múltiplas formas de violência: nomear é enfrentar

A violência contra a pessoa idosa se manifesta de diferentes formas:

Física, por meio de agressões ou uso abusivo de contenções e medicamentos;

Psicológica, com humilhações, intimidações e silenciamentos;

Financeira, quando há exploração, apropriação indevida de benefícios ou controle do patrimônio;

Negligência e abandono, pela omissão de cuidados e suporte;

Etarismo, que nega capacidades, infantiliza ou desvaloriza a experiência e o saber da pessoa idosa;

Violência institucional, que se expressa nas falhas das estruturas públicas em garantir atendimento digno, acesso a políticas públicas e cuidado respeitoso.

A violência institucional, em especial, merece atenção crítica. Ela está presente quando sistemas de saúde, assistência ou justiça negligenciam a escuta, desconsideram as decisões da pessoa idosa ou impõem práticas que violam sua autonomia. Esses contextos reiteram a urgência de políticas públicas integradas, sensíveis à realidade do envelhecimento e comprometidas com a promoção da cidadania.

A Psicologia na linha de frente do cuidado ético e da escuta qualificada

A atuação da Psicologia nesse cenário é estratégica. Com base nos princípios éticos da profissão, psicólogas e psicólogos devem assegurar à pessoa idosa acolhimento, escuta qualificada e fortalecimento da autonomia, respeitando sua singularidade, trajetória de vida e inserção social. Isso significa compreender o envelhecimento como um processo diverso e interseccional, atravessado por marcadores como gênero, raça, classe, território e deficiência.

Nos diversos espaços de trabalho — como Unidades de Saúde, Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), sistemas de justiça e demais campos de atuação — é dever da Psicologia identificar sinais de violência, atuar em rede, promover diálogos intergeracionais e colaborar na efetivação dos direitos estabelecidos pelo Estatuto da Pessoa Idosa.

Garantir envelhecimento com dignidade é responsabilidade de todas(os)

De acordo com o Censo 2022, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas com 65 anos ou mais cresceu 57,4% em doze anos, no país.

Diante do aumento da população idosa no Brasil, pensar em políticas públicas eficazes e práticas profissionais humanizadas torna-se cada vez mais urgente. O envelhecimento não pode ser tratado como problema ou ameaça, mas como parte da diversidade da experiência humana.

Assim, o CRP-03 reforça seu compromisso com a promoção de uma Psicologia ética, crítica e socialmente referenciada, que contribua para transformar realidades de violência em experiências de cuidado, respeito e reconhecimento.

Que neste 15 de junho possamos reafirmar, enquanto categoria e sociedade: envelhecer com dignidade é um direito; lutar por sua garantia é um dever coletivo.

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